quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ideias ajudam a diminuir o preço da construção usando o Tijolo Ecológico


Não é só a redução de impostos que pode baratear uma obra. Ideias inovadoras são sempre bem-vindas para diminuir o preço da construção. O repórter André Luiz Azevedo mostra como a criatividade e o planejamento correto são fundamentais nesse esforço.

O maior projeto de construção de moradias populares do Rio está sendo erguido numa favela do subúrbio. Cada unidade vai sair por R$ 40 mil, incluindo o terreno. A obra faz parte do PAC, Programa de Aceleração do Crescimento.

No recém-lançado pacote de habitação do governo, o custo da casa popular é um pouco mais alto: R$ 60 mil em média.

“Foi colocado como valor médio para formulação do programa uma referência a uma unidade numa cidade onde o terreno é caro, como São Paulo. Não significa que será R$ 60 mil o valor de todas as unidades. Poderá ser muito menos em função de inclusive haver doações de terrenos”, declarou Márcio Fortes, ministro das Cidades.

Casas de qualidade a um preço mais baixo para dar habitação digna a mais famílias. Este sempre foi o grande desafio dos programas de habitação no Brasil. E, na Baixada Fluminense, nós descobrimos um ótimo exemplo de como casas populares erguidas lado a lado, com a mesma metragem, podem ter com custos bem diferentes.


Um modelo de construção tradicional, como se faz praticamente no Brasil inteiro. “Aqui ele está colocando emboço, reboco e ainda vai pintar”, disse José Casa Nova, professor da Coppe-UFRJ.

Dois quartos, sala, cozinha e banheiro. O mestre de obras diz o custo: “Mais ou menos nessa faixa de R$ 50 mil para entregar ela pronta”.

O professor de construção civil agora compara com a casa ao lado, também de dois quartos, num projeto do programa de pós-graduação de engenharia da Universidade Federal do Rio. Os próprios moradores ajudaram na obra.

“Você pode ver que o tijolo da casa está aparente. A casa não precisa ser revestida, nem externamente, nem internamente”, destaca José Casa Nova.

Resultado: a casa saiu por R$ 25 mil. “A qualidade dela é excelente”, garante um homem.

Ideias diferentes podem mudar o preço final de um projeto. Mas o que torna uma obra ainda mais cara é quando ela fica abandonada. Foi o que aconteceu num conjunto habitacional em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

A placa diz que no local tem investimento do Governo Federal de quase R$ 1,5 milhão. Os vizinhos dizem que os operários foram embora. “Sumiu! Parou!”, disse uma mulher.

Segundo a prefeitura, o Ibama embargou a obra por problemas na licença ambiental. Enquanto isso, 110 famílias esperam por um teto e ninguém sabe quanto cada casa vai custar.

Sobre a obra abandonada, o Ministério das Cidades informou que, se a construção não for regularizada até maio do ano que vem, a prefeitura e a construtora terão que devolver o dinheiro investido pelo Governo Federal. A prefeitura de Duque de Caxias afirmou que está recorrendo da interdição da obra pelo Ibama.